interve
nções/
Extensão é palavra móvel que desloca-se em muitas direções. Substantivo a criar braços e pernas para um corpo coletivo. Ou assim enseja o grupo de estudantes, professores, artistas e pesquisadores do projeto de extensão “Intervenções: arte contemporânea nos museus do Estado do Rio de Janeiro.” Um projeto que nasce no seio da universidade pública e desagua no Museu de Arte do Rio. Por essa dimensão política de mediação entre as duas instituições, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o MAR, extensão é também mediação, pois reafirma o compromisso de ambas as instituições para com o deslocamento das reflexões críticas que não se limitam somente aos seus espaços.
Extensão = alargamento.

A extensão em sua natureza de mediar, busca alternativas para cumprir seu papel em apresentar (ou reapresentar) à sociedade os discursos que nasceram nas salas de aula da universidade pública. Reapresentar como a deixar pistas de que universidade e museu são espaços que não deveriam cumprir para com uma agenda de formatações do olhar, mas como zonas abertas para relações de troca com quem entra e sai de ambas as instituições. Trata-se de saberes móveis que reafirmam as diferentes vozes que compõem o social.

Dessa maneira, o conjunto de trabalhos aqui reunidos em extensão traz à tona um grupo de outras instituições. São instituições que recorrem à experiência que cada extensionista traz consigo.
Cada uma dessas tentativas de extensão dos próprios corpos e das próprias experiências dentro e fora da universidade, revelam instituições de si. Elas anunciam algo a completar-se com o espaço acadêmico e museal, entrelaçando saberes e práticas para decodificar o estar em comunidade. Instituindo, criando e buscando sua verve na importância da participação coletiva e desviante.

Mais do que trabalhos de cunho expositivo, são pistas de uma presença conjunta. Com a extensão como um processo de alargamento, são criadas trilhas que levam a outras trilhas. De muitas maneiras, estes percursos instituem seu grupo de extensionistas como artistas buscando conexões entre aquilo que trazem consigo (de suas casas, seus bairros, suas cidades, suas relações) e encontram fora do perímetro que ocupam. Cada qual um universo a ser encontrado por quem investiga a espacialidade do museu sem levar em consideração somente suas paredes expositivas, no espaço físico e no virtual. Pistas de algo que foi gerado no íntimo de quem desejava encontros, para entregar ao outro a percepção do que antes talvez não estivesse ali. Rastros de uma necessidade em permitir “o aproximar das coisas (presentes ou ausentes), com discrição, atenção e cautela, respeitando que as coisas (presentes e ausentes) comunicam sem o recurso das palavras”, como pontua Ítalo Calvino numa de suas seis propostas para o próximo milênio. Este milênio.

por rafael amorim
artistas/
workshops/
referências bibliográficas/
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(https://www.brooklynmuseum.org/opencollection/exhibitions/819/The_Brooklyn_Museum_Collection%3A_The_Play_of_the_Unmentionable_Joseph_Kosuth) em 05/05/2014

PROJETO RESPIRAÇÃO http://www.evaklabin.org.br/respiracao

realização/
grupo de pesquisa a arte o museu e a história em processo