Henrique Heffer é estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro e extensionista no projeto "Intervenções: Arte contemporânea nos museus do estado do Rio de Janeiro".
Título: Intimidade, Indivíduo
Técnica: Roupas íntimas e pregadores


O artista busca construir uma aproximação à uma visão íntima do lar, montando um varal, sustentado por pregadores, apenas com roupas íntimas dispostas na corda. Cada peça pertence a um colaborador que se dispôs a enviar uma foto da mesma, junto a um relato pessoal contando momentos de vulnerabilidades enfrentados durante a pandemia.
henriqu
e heffer/
O medo de perder as pessoas, principalmente minhas avós. Elas são meus tesouros, me criaram, e o medo de perdê-las mexeu muito comigo. Hoje estão vacinadas, e bem. ❤️
Devido à rotina desgastante e cansativa da quarentena, me sinto cada vez menos motivada a fazer minhas obrigações, trabalhos e exercício físico e a ajudar meus pais nas tarefas domésticas. Me sinto distante da minha faculdade e dos meus amigos, triste por sobrecarregar meus pais e fico estressada por causa da rotina e acabo descontando em pessoas queridas.
A maior angústia que a pandemia intensificou para mim foi a sensação de impotência. A preocupação com a saúde de parentes e amigos, possibilidade de levar algum conforto para quem perdeu uma pessoa querida durante a pandemia ou ajudar quem precisava de alguma forma estava muitas vezes acima do meu alcance individual durante o período de isolamento social.
Acho que antes mesmo da quarentena eu já estava meio que em caos. Quando o isolamento começou, foi também o momento de me retirar da chuva de informações externas e passar a lidar comigo mesmo, quebrado, desconfigurado, magoado. Um dos meus maiores medos desde pequeno foi a solidão. Se sentir rejeitado é algo horrível e infelizmente é um medo que me assombra.

>